A maternidade transforma — e o corpo da mulher é uma das primeiras testemunhas dessas mudanças. Entre todas as áreas que sofrem com as alterações hormonais e funcionais da gestação, as mamas ocupam um lugar de destaque — tanto pelo impacto estético quanto pelo simbolismo emocional.
É muito comum, no consultório, eu ouvir relatos como:
“Doutor, murchou tudo depois de amamentar.” “Parece que sumiram.” “Ta só a pele.” “Não me sinto mais à vontade nem com sutiã.” “Tá um apontando pra cima e outro pra baixo.” “Tá quase chegando no joelho.”
Essas frases carregam mais do que uma questão estética: revelam um conflito de identidade e autoestima que muitas mulheres enfrentam. E entender isso é o primeiro passo para oferecer uma solução cirúrgica respeitosa, segura e personalizada.
Durante a gravidez e o período de amamentação, as mamas aumentam de volume por conta da proliferação dos ductos mamários e da produção de leite. A pele se estica, os ligamentos se tensionam e, com o fim da amamentação, é comum ocorrer uma perda de volume significativa, deixando a mama com flacidez, queda (ptose) e excesso de pele.
Essa perda de sustentação é ainda mais acentuada em mulheres que tiveram um aumento significativo das mamas durante a gravidez ou que passaram por mais de uma gestação.
Existem várias opções de correção do aspecto das mamas que envolvem desde apenas a inclusão de prótese até grandes mastopexias. A escolha da técnica ideal depende de uma avaliação completa das condições do corpo da paciente, como formato atual das mamas, quantidade de pele excedente, densidade de glândula mamária, distância entre o sulco mamário e a aréola, qualidade da pele e, claro, os desejos e expectativas da paciente.
As principais opções incluem:
- Mastopexia (com ou sem prótese): indicada para levantar as mamas e remover o excesso de pele. Quando há perda de volume, associamos à colocação de uma prótese de silicone para restaurar o contorno superior.
- Mamoplastia redutora: para pacientes que, além da flacidez, apresentam um volume exagerado, com desconforto físico ou estético.
- Prótese de silicone: indicada para casos em que não há flacidez, apenas perda de volume.
Vale destacar: a mastopexia com prótese não é uma cirurgia puramente estética. É uma reconstrução funcional e simbólica da autoestima — e exige conhecimento técnico, sensibilidade e respeito à individualidade de cada paciente.
Segurança, planejamento e uso de tecnologia
Nas cirurgias das mamas, todos os cuidados são redobrados para garantir segurança, rápida recuperação e resultado consistente. Isso começa ainda na avaliação: exames de imagem atualizados (como mamografia ou ultrassom), histórico pessoal e familiar de doenças mamárias e avaliação da espessura e elasticidade da pele fazem parte da rotina pré-operatória.
Durante o procedimento, a escolha das próteses segue critérios anatômicos — e não apenas estéticos. Avaliamos largura do tórax, altura do polo mamário, volume ideal para o biotipo da paciente e o grau de ptose.
Além disso, utilizo técnicas modernas de marcação e sutura, buscando um resultado mais natural, com menor risco de complicações como sangramentos, seromas ou perda da sensibilidade.
Toda a equipe atua de forma coordenada, com protocolos de anestesia e monitorização pensados especialmente para pacientes que passarão por cirurgias combinadas, como a Mommy Makeover. A recuperação é sempre acompanhada de perto — com orientações claras, retornos regulares e apoio em cada etapa do pós-operatório.
Recuperar a forma das mamas é mais do que uma questão estética. É sobre se reconhecer novamente ao se olhar no espelho. É sobre deixar de esconder, deixar de se envergonhar, deixar de se calar.
Muitas pacientes me dizem, emocionadas, que a cirurgia fez com que voltassem a se sentir femininas, confiantes, seguras. Que conseguiram retomar a intimidade com leveza e autoestima. Que passaram a escolher roupas com alegria — e não com resignação.
Se você sente que perdeu algo nesse caminho — especialmente no que diz respeito à forma e firmeza das mamas —, saiba que existe um caminho possível e responsável para reconstruir essa relação com seu corpo. Com planejamento técnico, respeito aos seus limites e muito cuidado em cada detalhe, é possível sim recuperar a harmonia que a gestação deixou para trás.